O convidado do JR Entrevista que vai ao ar às 19h45 desta quinta-feira (30) é o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci Júnior. À jornalista Lívia Veiga, ele afirmou que “os grandes bancos querem fugir da concorrência”, que hoje, segundo ele, é ampla no mercado. A Abrasel junto a outras 17 entidades lançou a campanha Parcelo Sim, em defesa do parcelamento sem juros. “Você tem um conjunto de empresas concorrendo, oferecendo crédito, oferecendo condições para os prestadores de serviços. E os bancos querem fugir dessa concorrência limitando acima de três parcelas, só se parcela com juros direto com os bancos e, obviamente, isso é terrível, porque nós temos hoje 75% das vendas do comércio concentradas no parcelamento sem juros.”
Segundo Solmucci, o parcelado sem juros é o meio de pagamento que tem a preferência do brasileiro tanto para vender quanto para comprar. Ele afirma que a modalidade é responsável por mais da metade de tudo que se faz em vendas no país. “Estamos aí sofrendo uma ameaça, né? Os grandes bancos querem restringir esse produto e isso é muito grave. A gente tem lutado para dar transparência à sociedade desse problema que pode vir a acontecer. E a gente está trabalhando para que não aconteça. Então a motivação é justamente essa: tentar evitar que se chegue a esse ponto dessa mudança,” disse.
Paulo Solmucci afirma ainda que “o Congresso foi claro em dizer que não autorizou o Conselho Monetário Nacional, nem o Banco Central de mexer no parcelado sem juros”. Segundo ele, os parlamentares quiseram apenas restringir o crédito do rotativo. “Os juros têm que ser menores e aí os bancos ficam tentando fazer essa mudança mesmo com parlamento claramente tendo se manifestado contra esse assunto. [Isso] vai ser discutido agora no dia 20 de dezembro: o Conselho Monetário Nacional onde o governo federal tem dois votos, um do ministro da Fazenda e [outro] da ministra do Planejamento. E o terceiro voto é do presidente do Banco Central. Então o governo está muito atento. E isso nós temos que conversar com a Fazenda e com o Planejamento. Acho que há uma percepção de que não se deve mexer nesse produto”, finalizou.
O presidente da Abrasel se disse otimista. “Olha o Brasil, sabe do poder dos grandes bancos, né? Então nós estamos otimistas assim porque, como eu disse, é uma preferência do brasileiro de comprar e de vender com esse meio de pagamento. Nós sabemos que uma parcela de mais de 30% dos brasileiros não teriam acesso ao crédito se buscassem nos bancos, portanto, eles sairiam do mercado de consumo, então é uma situação muito grave e a gente acredita que o governo estará conosco. As demonstrações têm sido nessa direção, mas os grandes bancos não desistem a todo momento tão falando assim, olha queremos limitar a três parcelas”, disse Solmucci.
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